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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Afródromo é mais uma brilhante ideia de Carlinhos Brown
Brown é um gênio. Isso ninguém pode discutir. Responsável por uma movimentação nacional em torno da valorização da cultura negra, o Cacique do Candeal pretende sacudir a inércia do Carnaval de Salvador com um ambicioso projeto -- a criação do Afródromo.
Comparado às mudanças ocorridas pela criação do Ilê Aiyê, o projeto, anunciado na última terça-feira (15) durante entrevista coletiva no Museu du Ritmo, é um alento para os blocos afros e de afoxés que vivem à sombra dos grandes artistas.
Desde que foi apresentado ao ex-prefeito João Henrique (que pouco entendeu, diga-se de passagem), fui simpático à sua criação. Na forma original, o Afródromo não propõe a segregação das entidades evolvidas (os blocos continuam a desfilar nos circuitos Dodô e Osmar), mas anuncia uma revitalização na área do Comércio e na cultura negra, no batuque e no samba-raggae, pais renegados pelo Axé Music.
A estética visual é indiscutivelmente brilhante. Afinal, não poderia ser diferente partindo da união de artistas como Luciano Pitta, diretor artístico do Cortejo Afro, Vovô do Ilê, Jorge dos Santos (Muzenza), Miguel Arcanjo (Malê de Balê), Agnaldo da Silva (Filhos de Ghandy), além do próprio Brown.
Se eu, você, todos os turistas e grande parte dos moradores de Salvador achamos lindo os desfiles do Ilê, o tapete branco do Ghandy, a estética do Cortejo, as músicas do Malê, o batuque e os tambores de Brown, por que esse movimento não aparece e ganha projeção durante o Carnaval?
Foi pensando nisso que o músico idealizou o Afródromo, uma forma de mostrar que essa parte renegada do Carnaval pode se unir e se destacar mais do que muitos blocos que aparecem ao vivo durante as transmissões de TV.
O projeto do Afródromo está pronto, aguardando apenas a execução da ideia. Desde a viabilidade econômica, que oferece arquibancadas gratuitas, até espaço para a imprensa e patrocinadores, tudo foi estruturado. "Temos que pensar na família das pessoas que participam dos blocos afros. Temos muitos idosos e crianças, a maioria depende de um transporte público. Como é que podemos continuar a desfilar durante a madrugada, longe de casa?", questionou Brown.
O Cacique ainda fez uma crítica à cultura de ensaios de verão que se popularizou nos últimos anos. "A Bahia continua ensaiando. Nos não queremos mais isso. O ensaio virou um filão comercial. É uma desculpa para se fazer tudo de forma amadora. Quer ensaiar? Vá para o estúdio", provocou.
O Afródromo em sua forma plena irá ocorrer em 2014, coincidentemente ou não, quando o mais tradicional bloco afro, Os Filhos de Ghandy, completa quarenta anos de existência. Talvez seja esse o tempo em que as coisas devam acontecer. Por enquanto, Carlinhos Brown deixa um recado: "Não vamos tomar outra rasteira no próximo Carnaval, isso eu garanto
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